quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Mudanças climáticas provoca onda de insectos na Europa

















Prezados colegas,

Já muito temos falado sobre as alterações climáticas no nosso planeta. Mas muitos são aqueles que pensam que tudo não passa de meras especulações de gente “fanática”.
Só mesmo os mais desatentos podem continuar cépticos, com todas as pistas que a natureza nos tem dado, mostrando que algo de muito mau se está a passar.
Exemplo disso é o que tem vindo a acontecer um pouco por toda a Europa, onde espécie de insectos nunca antes vistas começam a estabelecer-se, causando preocupação pelo impacto do aquecimento global na saúde pública e na biodiversidade. Insectos que só poderiam sobreviver, quando o clima é suficientemente quente, têm sido vistos na Bélgica, Alemanha, Suiça, Holanda e Inglaterra, o que não deixa de ser muito estranho e preocupante, por serem países, por natureza, frios.
É caso para se dizer, que em caso do meio ambiente "mais vale prevenir que remediar".

“Berlim – Espécies de insectos nunca antes vistas na Europa começaram a se estabelecer em todo o continente, causando preocupação pelo impacto do aquecimento global na saúde pública e na biodiversidade. Na aldeia alemã de Dorsten, perto da fronteira com a Bélgica, a escola teve de ser fechada porque larvas de um tipo de mariposa (procesionarias del roble) invadiram o pátio. País e professores ficaram com medo diante das possíveis consequências para a saúde dos alunos.

“A presença maciça destas larvas na Alemanha é uma consequência muito recente da mudança climática”, disse à IPS Stefanie Hann, bióloga da Agência Federal para a Agricultura e Silvicultura. “É tão recente que não temos informação sistemática sobre sua evolução entre nós”, acrescentou. “Estes insectos só podem sobreviver quando o clima é suficientemente quente”, disse, por sua vez, Walter Maier, médico da Universidade de Bonn especializado no estudo dos parasitas.

A Europa sofre há vários anos Verões e Invernos mais moderados, o que criou as condições para a proliferação de insectos e vírus normalmente considerados estrangeiros. A tahumetopoeidade pertence a uma família de borboleta que inclui a procesionaria del roble, assim chamada porque as larvas andam como uma procissão. Sua presença pode causar nos humanos dermatite, asma, conjuntivite e outras enfermidades. Até a pouco tampo jamais fora visto no norte da Europa, mas em Julho várias aldeias na província alemã da Renânia do Norte-Westfalia foram invadidas por estes insectos. Também surgiram na Bélgica, Holanda e em Londres.

Na província belga de Limburg, o problema atingiu tamanha magnitude que o governador, Steve Stevaert, teve de recorrer ao exército para que queimasse as larvas. Algo semelhante ocorre com os jejenes, insectos voadores pouco menores que um mosquito que também sugam sangue humano. Sua picada pode causar desde úlceras cutâneas até anemia e inflamação do fígado e do baço, mortal se o tratamento não for a tempo. Um menino contraiu essa doença na cidade alemã de Aachen, em Julho.

Estes insectos, típicos de zonas tropicais, foram vistos recentemente em uma área da Alemanha e Suíça que se estende por 300 quilómetros ao longo do rio Reno, desde a cidade alemã de Colónia até Basileia na suíça. “Isto é consequência do aquecimento do planeta. Nestes casos, que estão se tornando cada vez mais frequentes, os jejenes e outros vectores podem se tornar endémicos”, disse Maier. Além disso, acrescentou que os culicóides imicola, pequenos mosquitos cujo habitat normal é a África subsaariana, migraram para a Europa nos últimos anos e encontrou na Alemanha o clima de seu agrado.

Este mosquito transmite várias epizootias (enfermidades animais) como a do vírus da língua azul, que afecta cavalos, ovelhas e, com menor frequência o gado bovino, cabras, búfalos e inclusive cervos. “Nos últimos meses encontramos o vírus da língua azul em mais de duas mil fazendas da Alemanha, Bélgica, França, Holanda e Luxemburgo”, disse Maier.

O vírus é transmitido na Alemanha por uma espécie autóctone de mosquito. “O mais provável é que o vector original tenha chegado com animais trazidos desde a África. Mas por causa dos Verões e Invernos mais temperados, pode se tornar endémico. Veremos nos próximos anos novas epidemias do vírus da língua azul", completou.

Entre as enfermidades que se repetem com mais frequência na Alemanha por causa do aquecimento global figuram a borreliosis e diversas formas de encefalite, algumas de origem japonesa.

A borreliosis, ou doença de Lyme, é transmitida pela picada de um carrapato, e a meningoencefalite, que também contagia por essa via, consiste em uma inflamação viral do cérebro e das meninges. “Acreditamos que a quantidade de carrapatos aumentou dramaticamente na Alemanha nos últimos anos. É um caso semelhante ao dos mosquitos exóticos, que migraram desde a região do Mediterrâneo para a Europa setentrional para aqui se tornarem endémicos”, disse Maier.

Os casos da enfermidade de Lyme aumentaram na Alemanha nos últimos meses, acrescentou. E foi registrada meningoencefalite inclusive na Noruega e em outros países escandinavos. “Isto é algo novo”, afirmou o especialista. Como se trata de um fenómeno relativamente recente, não há pesquisas minuciosas sobre a relação entre a mudança climática, a imigração e proliferação de espécies exóticas no norte da Europa e a crescente incidência de doenças raras. “A correlação entre todas estas variáveis, com o crescente número de carrapatos, vectores e doenças, ainda não está clara. Não tivemos tempo de fazer estudos sólidos sobre a presença de astrópodos exóticos e novas doenças transmissíveis na Alemanha”, acrescentou Maier."

Fonte: Envolverde / *IPS.
Fonte: Agência Envolverde - Meio Ambi
Contacto (envolverde@grupos.com.br)

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