sábado, 3 de novembro de 2007

A crescente preocupação das empresas com o ambiente

Numa mentalidade puramente económica, em que o objectivo é ter cada vez mais lucros sem olhar muito bem para os meios que se utiliza para os atingir, não faria qualquer sentido falar em desenvolvimento sustentável. Contudo, e como se vai aprendendo com os erros, depois de vermos o resultado da aplicação desse princípio, nomeadamente ao nível das construções, sentimos a necessidade de aliar o desenvolvimento económico com o respeito pelo ambiente.

O princípio do desenvolvimento sustentável, previsto na Constituição, obriga a que nas decisões de natureza económica tomadas pelos poderes públicos sejam ponderadas as consequências para o meio-ambiente, de forma a que essas decisões não comprometam as gerações futuras, no entendimento da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (baseado no relatório Brundtland). Tais medidas podem vir a ser consideradas inválidas no caso de na sua fundamentação não se verificar claro o equilíbrio entre o progresso e o grau de atenção que é dado a factores como o ambiente e a qualidade de vida.

Não é fácil modificar a mentalidade dentro de uma estrutura empresarial, portanto há que encontrar meios que possam incentivar as empresas a terem uma maior consciência da sua responsabilidade perante o ambiente. Uma das vias é utilizar sistemas e processos de certificação/verificação, que só vão surtir efeitos positivos se os cidadãos passarem a exigir essa certificação e valorizarem as empresas que as têm. A nível do ambiente existem:

Ø ISO 14001 (com uma nova versão prevista para o fim de 2008)
Ø PEFC/FSC
Ø EMAS
Ø MDL/JI

De facto, não é fácil determinar o que é o custo e o que é o benefício quando se faz uma escolha económica, mas há empresas em Portugal que já apostam na qualidade ambiental como um distintivo em relação aos seus concorrentes. Um dos exemplos é o “Green Keeper Grupo Pestana” que adoptou o projecto ECO- GOLF da TÜV Rheinland Group (uma multinacional de origem alemã, líder na prestação de serviços de inspecção e certificação). A implementação do projecto abrange a racionalização de consumos de água bem como o controlo da sua qualidade (política também enquadrada no PNUEA – Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água), a conservação da paisagem natural e biodiversidade, sensibilidade para as fontes alternativas de energia, entre outros.

"O mundo não suporta mais esse padrão de consumo".
- Dan Perlman, professor de estudos ambientais nos EUA, ao criticar o modelo económico dos países ricos
Fonte: Revista ISTO É (Brasil), Edição 1830.


p.s: Se alguém já tiver trabalhado com essas certificações, gostaria que me ajudasse a aprofundar mais esse tema. As empresas pagam pelo tal selo de certificação? Quem são as entidades que fazem a fiscalização? Obrigada.

Fonte:
Dossiê Especial Expresso “ Certificação e Qualidade – O progresso sustentável”, edição nº 1826 de 27 de Outubro de 2007

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