quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Desenvolvimento sustentável?

O conceito de desenvolvimento sustentável, tendo surgido há duas décadas, tem na génese um relatório denominado “Our Common Future”.
Uma ideia base surgiu. A de que o crescimento económico e a protecção de recursos naturais não seriam “goals” conflituantes, mas antes complementares e conexos.
Numa sociedade virada para o aproveitamento das novas energias, que se encaram como o novo “ouro negro”, que trazem, de resto, oportunidades de negócio exponenciais, este conceito aponta para muitas direcções, e mais que isso, dispersa-se.
Um problema, ou uma realidade que impõe alguma reflexão é a divergência entre as prioridades dos países mais desenvolvidos e aqueles para os quais não é viável direccionar recursos para reduzir, por exemplo, os impactos dos efeitos de estufa. Pensemos num Bangladesh, numa Nigéria, numa Indonésia ou numa China, onde os efeitos das mudanças climáticas se farão sentir com muito maior acuidade, devido ao facto das suas economias dependerem, em grande parte, da agricultura, bastante vulnerável às alterações climáticas que se avizinham.
Este problema não se coloca, por exemplo, nos EUA, onde a agricultura não representa uma grande percentagem no “income” nacional.
Por outro lado, de acordo com um artigo da World Finance, de 1 a 3 Biliões de pessoas vão sofrer de escassez de água, com consequências óbvias, agora para todos os chamados países desenvolvidos ou “em desenvolvimento”.
Mais adiante, refere-se o facto da União Europeia procurar maneiras de “compel companies to go green”, apelando a que os seus Estados Membros apliquem multas e taxas como forma de “encorajar” as empresas a adoptar práticas amigas do ambiente.
De resto, a Comissão Europeia tem tido algum sucesso na harmonização das chamadas “green taxes”, (assunto que não reúne unanimidade entre todos os Estados Membros), nos combustíveis, por exemplo.
Para terminar, é de referir que, para atingir objectivos, imaginação é a palavra de ordem. Que dizer do CCS, ou “carbon capture and storage”, que consiste em capturar grandes emissões de CO2 e armazená-las no subsolo. De acordo com o artigo da World Finance, esta tecnologia vai desempenhar um papel crucial no combate às alterações climáticas, assegurando a competitividade das economias. Europa, Austrália e América do Norte vão apresentar esta solução como parte de um acordo global de redução de CO2 na ronda de negociações pós-Quioto que decorre este mês, em Bali, Indonésia.

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